Um dos principais monumentos de Minas – primeira ponte metálica construída no Brasil e ícone do São Francisco, o rio da unidade nacional – terá que ser restaurado, conforme determinação da Justiça Federal. O juiz federal de Montes Claros, na Região Norte do estado, Daniel Castelo Branco Ramos, condenou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e a Ferrovia Centro-Atlântica a recuperar a célebre Ponte Marechal Hermes, estrutura entre Pirapora e Buritizeiro, na mesma região. A ação implica pagamento de indenização no valor de R$ 2,9 milhões, por danos morais coletivos, a serem destinados ao fundo de recomposição ambiental, e multa diária no valor de R$ 10 mil, caso não sejam executados os serviços, num prazo de 12 meses, após a aprovação do projeto pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).
Cartão-postal
A Ponte Marechal Hermes se transformou em cartão-postal de Pirapora e Buritizeiro, e ninguém escapa, de câmera fotográfica em punho ou celular a postos, de capturar o pôr do sol emoldurado pela estrutura de 694 metros de extensão, apoiada em 13 pilares de concreto, com a superestrutura metálica vinda da Bélgica e cimento dos Estados Unidos. A inauguração, em 10 de novembro de 1922, teve pompa e circunstância, com a presença do então presidente da República, Epitácio Pessoa (1865-1942), e outras autoridades federais e estaduais. “Ela faz parte da nossa história e se tornou um monumento característico da região”, registrou o advogado Ivan Passos Bandeira da Mota, coautor dos livros Pirapora – 100 anos de história, com Breno Álvares da Silva, e Pirapora – Um porto na história de Minas, com Breno e Domingos Diniz.